3.11.06

Cirurgia melhora diabetes e pode trazer até a cura!!

Médicos da universidade de Campinas, no interior de São Paulo, desenvolveram uma técnica de cirurgia que está curando pacientes de diabetes.
O sedentarismo e o descontrole alimentar levaram Alexandre a pesar 108 quilos e a
desenvolver uma série de doenças.
“Você acordar de manhã e ver que a pressão já está 18 por 11, 17 por 10. Medir a glicose estar em 240, 220 você já fica triste”, conta Alexandre Carneiro, engenheiro.
Há um ano ele radicalizou. Foi submetido à uma cirurgia bariátrica, de redução de estômago. Perdeu 30 quilos e ganhou mais qualidade de vida e saúde.
“Depois da cirurgia nunca mais tomei medicamento para diabetes. Eu posso até me dar ao luxo de hoje comer um sorvete e uma balinha sem o peso na consciência de que eu estou me matando aos pouquinhos", diz ele.
Noventa por cento dos pacientes obesos diabéticos submetidos à cirurgia ficam curados, o restante apresenta uma melhora significativa da doença.
Achava-se que isto ocorria em função do emagrecimento, mas médicos da Unicamp perceberam que a taxa de glicemia caía antes mesmo que houvesse uma grande perda de peso, em alguns casos já no pós operatório, e decidiram investigar.
Além de reduzir em 95% o tamanho do estômago, a cirurgia faz um desvio para o alimento evitando que ele passe pela primeira parte do intestino. “Por causa do desvio que é feito, do intestino, há um aumento de uma substância chamada GLP1 que estimula o pâncreas a produzir insulina”, afirma Bruno Geloneze Neto, endocrinologista.
Usando este princípio, a equipe de médicos partiu para o desenvolvimento de uma nova técnica de cirurgia que pudesse ser usada para o tratamento de diabéticos sem que o estômago precisasse ser reduzido.
Elias foi o primeiro a ser submetido à cirurgia experimental. A taxa de glicose dele superou em quatro vezes o limite de uma pessoa sadia. “Eu já não tinha mais pique pra nada”, conta ele.
Oito meses depois da cirurgia, a taxa está normal, Elias está livre da insulina e toma apenas um remédio.
“Eu me considero curado”, comemora.
A cirurgia já foi testada em cinco pacientes com diabetes sem problemas com a balança. Quatro deixaram de tomar a insulina. A última, Rosângela, em 20 dias reduziu em 80% a quantidade tomada antes.
“Eu aposto, se não na cura, em grande melhora da doença”, acredita Rosângela Faria de Souza, tec. ressonância magnética.
“Ela terá uma cura ou um controle para 50 a 60% dos usuários. Os números, só com o tempo de operação, nós vamos saber”, garante José Carlos Pareja, chefe cirurgia obesidade/Unicamp.

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