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9.6.07
A traição
O mineirim no leito de morte decidiu ter uma conversa definitiva com a sua companheira de toda a vida sobre a fidelidade da mesma:- Muié, pode falá sem medo... já vô morrê mess e prifiro sabê tudim direitim... Ocê arguma veiz traiu eu?- Ô, Zé, num fala dessas coisa que eu tenho vregonha....- Pode falá muié....- Quero não...- Fala, muié, disimbucha...- Mió dexá pra lá, Zé.- Vai, conta...- Queto Zé, morre em paz...Depois de muita insistência, ela resolveu abrir o jogo:- Tá bão Zé, vou contá, mais num si responsabilizo...- Podi contá.- Ói, Zé, traí sim, mas foi só trêis veiz.- Intão conta sô! Trêis veiz nessa vida toda até qui num foi muito!- A primera foi quando cê foi dimitido daqueli imprego qui ce brigou cum chefe.- Ué, mas eu fui adimitido dinovo logo dispôis sô.- Pois, Zé...eu fui lá cunversá cuele, acabei dano prele e ele ti contratô di vorta.- Ah, muié, cê foi muito boa cumigo... essa traição num dá nem pra leva a mar, foi pela nicissidadi da nossa famía... tá perdoada. E a segunda?- Lembra quando cê foi preso pru modi daqueli furdunço que cê prontô na venda?- Lembro muié, mas num fiquei nem meio dia na cadeia.- Pois é, Zé... eu fui lá cunversá cum delegado e acabei dano pra ele ti sortá.- Muié, isso nem conta também não, a carsa foi justa... imagina ficá preso lá um tempão. Ocê nem me traiu, foi pela nossa famía e pela minha liberdade, uai. E a úrtima?- Lembra quando cê si candidatô pra vereadô?- Lembro, muié... quase me elegeru, uai.- Pois é... eu qui consegui aqueles 752 voto...
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