Pôr a carapuça
Na época da Santa Inquisição, os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos para comparecer aos julgamentos.
Além de usarem uma túnica com o formato de um poncho, precisavam colocar sobre a cabeça um chapéu longo e pontiagudo, conhecido como carapuça. Daí a expressão “pôr a carapuça�? ou assumir a culpa.
Surdo como uma porta
Os antigos romanos faziam oferendas à deusa porta, suplicando-lhe favores. Beijavam-na, olhavam-na com lágrimas, perfumavam-na e enfeitavam-na com flores quando os pedidos eram atendidos.
Quando, porém, a porta se mostrava surda às solicitações, era ofendida com diversos impropérios que visavam castigar sua surdez. O costume foi registrado pelo escritor romano Festus, no século 4.
Quintos dos infernos
Durante o século 18, os portugueses cobravam diversos impostos no Brasil, entre os quais a quinta parte (20%) de todo o ouro extraído.
Depois da coleta, esses impostos – chamados de quintos- eram enviados para Portugal. O povo da metrópole, que achava que o Brasil ficava no fim do mundo, dizia: “Lá vem a nau dos quintos dos infernos“.
Vira-casaca
Carlos Manuel III, duque de Savóia e rei da Sardenha, sempre ameaçado, ora pela Espanha, ora pela França, usava as cores nacionais de uma dessas nações, de acordo com a aliança do momento.
Daí chamar de vira-casaca a pessoa que muda frequentemente de opinião, de partido político, de idéias, conforme a conveniência própria.
Negócio da China
A expressão foi criada durante o século 19, época em que a Inglaterra dominou o comércio de ópio na China. A concessão de Hong Kong à Inglaterra após a Guerra do Ópio deu uma conotação ainda mais clara à expressão.
Afinal, além de se compensarem por uma guerra que injustamente provocaram, os ingleses abocanharam parte do território chinês transformando-o numa ponta de lança permanente do Império Britânico na região.
Com a revolução chinesa,”negócio da China” passou a designar toda e qualquer relação comercial proveitosa apenas para uma das partes.
Pior a emenda do que o soneto
Certo candidato a escritor apresentou um soneto de sua autoria ao poetaportuguês Manuel Maria Barbosa du Bocage, pedindo-lhe que marcasse com cruzes os erros encontrados.
Bocage leu tudo, mas não marcou cruz nenhuma, alegando que elas seriam tantas que a emenda ficaria ainda pior do que o soneto.
A expressão ficou na boca do povo como alusão a alguém que, ao corrigir um erro cometido, em vez de melhorá-lo, piorou-o.
Dar de mão beijada
Tem origem no ritual das doações ao rei ou ao papa. Em cerimônia de beija-mão, os fiéis mais abastados faziam as suas ofertas, que podiam ser terra, prédios e outras dádivas generosas. Desde então, a expressão simboliza favorecimentos.
Batismo de fogo
Ao condenar os hereges à fogueira, a Santa Inquisição sustentava que não tendo eles sido batizados com água benta, faziam ali o seu batismo de fogo.
E os que os condenavam ainda garantiam que os réus faziam um bom negócio ao trocar as labaredas eternas do Inferno por umas chamuscadelas que apenas os levariam desta vida.
A expressão mudou de sentido, no século 19, quando Napoleão III a usou para se referir aos que entravam em combate pela primeira vez.
Hoje, Batismo de Fogo significa qualquer situação crítica em que alguém têm de apresentar um bom desempenho.
Cheio de nove horas
Nove horas era a hora clássica do séculeo 19, que regulava o final das visitas e ditava o momento das despedidas.
A expressão surgiu nessa época para designar alguém que ditava regras de conduta e restringia as alegrias dos outros, complicando as coisas mais simples.
Pôr em pratos limpos
Quando, em 1765, foi aberto o primeiro restaurante, na França, estabeleceu-se que a conta seria paga após a pessoa comer, ao contrário do que depois veio a acontecer com os lanches rápidos.
Quando o dono ou o garçon vinha cobrar a conta e o cliente ainda não havia feito a sua refeição, os pratos limpos eram a prova que ele nada devia. Atualmente, significa esclarecer uma situação nebulosa.
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