4.1.09

O Que significam essas expressões??

NAS COXAS - As primeiras telhas dos telhados nas Casas aqui no Brasileram feitas de argila,que eram moldadas nas coxas dos escravos quevieram da Africa. Como os escravos variavam de tamanho e porte fisico,as telhas ficavam todas desiguais devido as diferentes tipos de coxas.Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.

CALCANHAR DE AQUILES - De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe deAquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num lagomágico,segurando-o pelo calcanhar.Na Guerra de Tróia, Aquiles foiatingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: ocalcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido comocalcanhar de Aquiles.

VOTO DE MINERVA - Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado peloassassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados.Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Votode Minerva é, portanto, o voto decisivo.

CASA DA MÃE JOANA - Na época do Brasil Império, mais especificamentedurante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavamno país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cujaproprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam edesmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida comosinônimo de lugar em que ninguém manda.

CONTO DO VIGÁRIO - Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem desanta como presente. Para decidir qual das duas ficaria com aescultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de umburro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duasparóquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. Aescolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso queaconteceu, só que,mais tarde, descobriram que um dos vigários haviatreinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimode falcatrua e malandragem.

FICAR A VER NAVIOS - Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido nabatalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Poresse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte domonarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, emLisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava aver navios.

NÃO ENTENDO PATAVINAS - Os portugueses encontravam uma enormedificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos,originários de Pádua, ou Padova, sendo assim, não entender patavinasignifica não entender nada.

SEM EIRA NEM BEIRA - Os telhados de antigamente possuíam eira e beira,detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beiraera sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significaque a pessoa é pobre, está sem grana.

O CANTO DO CISNE - Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo cantopouco antes de morrer. A expressão canto do cisne representa asúltimas realizações de alguém.

ESTÔMAGO DE AVESTRUZ - Define aquele que come de tudo. O estômago doavestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.

LÁGRIMAS DE CROCODILO - É uma expressão usada para se referir ao chorofingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressãocontra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, elechora enquanto devora a vítima.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS - Lugar longe, distante, inacessível. Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.

NHEN NHEN NHEM - Conversa interminável em tom de lamúria, irritante, monótona. Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER - Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

DA PA VIRADA - Um sujeito da pá virada pode tanto ser um aventureiro corajoso como um vadio. Mas a origem da palavra é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo homem vagabundo, irresponsável, parasita. Hoje em dia, o sujeito da "pá virada", parece-me, tem outro sentido. Ele é o "bom". O significado das expressões muda muito no Brasil com o passar do tempo.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA - Estar distante, pensativo, alheio a tudo. Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus quando se afastavam de sua religião e, em outras ocasiões, sacrificados a Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar "pensando na morte da bezerra". Consta que meses depois veio a falecer.

VAI TOMAR BANHO - Quando alguém aborrece a nossa paciência, falamos esta frase! Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

Nenhum comentário: